"Nem tempo.. nem lugar.. nem a sorte.. nem a morte podem dobrar os mais insignificantes dos meus desejos, o mínimo que seja."

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Fatos, versões ou um dia a casa cai


A lamentável notícia do desabamento do teto do RU do Itaperi, com saldo de dois estudantes feridos, nos traz de volta todas as intermináveis rodadas de "negociação", audiências públicas e reuniões com autoridades e gestores universitários de que a Sinduece e o movimento estudantil ueceano têm participado nos últimos anos.

Em todas elas, em face da denúncia do movimento sindical e estudantil acerca do que temos denominado (inclusive em nota recente publicada pela Sinduece, Sindiuva e Sindurca) abandono das universidades estaduais, tais autoridades e gestores repetem como um mantra o discurso da elevação dos investimentos, da realização de obras nos campi das instituições, da idéia de que vivenciamos um tempo de revalorização das Instituições  Ensino Superior estaduais - IES estaduais.

Para asseverar a veracidade dessa versão, abanam em nossas caras montanhas de números "comprobatórios" da realidade virtual com a qual enfrentam as reivindicações docentes e estudantis.

Mas, como se diz, contra fatos não há argumentos! Eu acrescentaria, com os fatos se enfrentam as versões! E nesse caso, longe de qualquer humor fora de hora, temos fatos literalmente contundentes. Não que a fragilidade das versões não possa ser facilmente constatada numa simples e prosaica volta no campus do Itaperi, mas, no caso em tela, o fato parece mais fantástico e bizarro do que qualquer descrição que se possa fazer das precárias instalações que se perpetuam na aprazível paisagem da Serrinha, onde se encrava nosso local de trabalho e estudo.

O incidente, que nada tem de acidental, em vista da já esperado colapso de instalações como a do RU do Itaperi, que felizmente não causou prejuízos humanos maior, embora tenha machucado dois comensais, o que é, por si só, inaceitável, ilustra em sua didática brutal uma situação que não pode permanecer como está.

Que sejam bem-vindos os investimentos multiplicados, desde que sejam reais; que sejam bem-vindas as obras e melhorias, desde que sejam mais do que fantasias dos gestores; que sejam bem-vindos prédios e instalações, desde que as obras um dia se concluam.

Não por acaso, o incidente se deu na mesma semana em que o governador anuncia o reajuste salarial miserável de 5% a ser concedido aos servidores estaduais, inclusive aos servidores e docentes das universidades estaduais. Desabamento do RU e reajuste de fome, dois lados de uma mesma tragédia!

Só Deus mesmo, viu...
Eudes Baima - Professor Adjunto da UECE

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