"Nem tempo.. nem lugar.. nem a sorte.. nem a morte podem dobrar os mais insignificantes dos meus desejos, o mínimo que seja."

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Descontido.

É um lugar secreto. Cada um tem o seu. E ninguém, nunca, vai entender o que se passa neste lugar. Mesmo fazendo todo sentido do mundo naquele instante, para os outros sempre existirá o "por quê?" transcedendo qualquer lembrança ou tentativa de explicação. Não existe um "porque" que convença de verdade, talvez nem existam palavras com capacidade para isto. Não tem tradução ou legenda, não tem adjetivos, advérbios ou substantivos. O nosso cantinho secreto só faz sentido dentro de nós e para nós, preenchendo todo o resto com mera curiosidade.

[Em memória de um desconhecido]
Lua Alves

domingo, 16 de dezembro de 2012

Sozinho.


E ele estava lá, sentado em meio a várias cadeiras vazias. O olhar tão distante quanto as lembranças que se perdiam dentro da dor da despedida. O tempo parou por uma apressada tarde, a luz rapidamente também o deixou. Não havia mais ninguém, nenhum abraço ou palavras. Estava sozinho, megulhado num sentimento que era incapaz de expressar. Sua vida acabara de tomar um novo rumo, com um fim e um possível recomeço. Ainda não estava disposto a descobrir o que aconteceria quando ousasse levantar daquela cadeira, porque ali era o único lugar conhecido e aconchegante para aquele momento. Seus pensamentos buscavam uma linha histórica do tempo, tentando entender como acabara ali, naquela situação, sozinho sobre aquele túmulo. Mas quem sabe o dia nasceria com um pouco mais de brilho.
Quem sabe...

Lua Alves